Cicatrizes



O passado tem lá seus motivos

Há de ter! Essa a esperança de quem restou

A buscar, nesse chamado mundo (dos vivos)

Como sarar uma ferida que nunca fechou?


Em comum tinham a pouca idade

E também dividiam a mesma sensação estranha.

Um com jeito moleque; outra, mais maturidade

Ambos ardendo de amor, desde as entranhas.


Não sofre mais pra entender o por quê

Já que a vida sofrida ensinou

E nas lições repetidas, dos anos que passam,

Vai aprendendo a rejuntar o que o tempo separou.

Sofre da saudade própria de dois que se amaram

E do procurar aflito de quem olha e não mais vê


"Sofre da saudade própria de dois que se amaram

E do procurar aflito de quem olha e não mais vê

O que se sabe da vida aos dezessete?

Foi nessa idade que comecei a aprender. Só que, por ironia, foi como numa leitura de um livro escrito de trás pra frente.

Sem saber quase nada da vida, aprendi o que era amar e também a morte desse alguém.

No clichê, dizem que se morre de amor e acho que é verdade. Pelo menos me senti assim.

Morreu uma parte de mim. A melhor parte? Não dá pra dizer!

Mas renasceu também uma força que nem sabia que tinha, amparado por mãos amigas.

Quem sabe um dia o que começou com "Era uma Vez", possa terminar num reencontro emocionado e um "Viveram Felizes para Sempre!"



Por Humberto Nascimento 23 de novembro de 2024
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